Osvaldo Monteiro dos Santos, o Kodansha mais graduado do Rio Grande do Sul, hoje, aos 77 anos, mora em Torres, no litoral norte. Comissário de Polícia aposentado é o presidente da Comissão dos Kodanshas gaúcha. Iniciou no judô em abril de 1957, como já tinha passado no concurso da Guarda Civil da época, resolveu fazer judô com um colega que já era faixa roxa, na academia do professor Loanzi. Iniciou na faixa branca aos 23 anos. Uns anos depois foi transferido para a Polícia de Choque, assim tendo que ir para São Paulo, competir já com a faixa marrom, ficando lá por algum tempo. Iniciou na academia do professor Ogawa, no bairro da Liberdade, onde recebeu a faixa preta. Depois de um ano com o professor Ogawa, retornou a Porto Alegre.
Funcionário público na área da segurança, em 1962, recebeu o convite do Coronel Pedro Américo Leal para fazer parte do corpo docente da Academia de Polícia que se chamava à época Escola de Polícia. A partir dai iniciou-se seu lecionado, passando por Exército, Brigada Militar, Polícia de Choque e dava aula na Academia de Polícia, inclusive foi escolhido a dar aulas aos delegados e sendo o paraninfo deste grupo.
O primeiro clube onde iniciou a dar aulas foi na Escola Rui Barbosa, ficando 26 anos. Foi primeiro professor do Leopoldina Juvenil, no SESC de Porto Alegre, clube Cruzeiro e Grêmio Futebol Porto Alegrense. Lembra que em uma gestão da Federação Gaúcha de Judô, era promovido o intercâmbio entre os clubes, assim todos tinham o acesso, a treinar em clubes diferentes. Esse intercâmbio era entre alunos e professores, isso ajudava muito e unificava o judô. Nesse tempo, os atletas que se destacavam estavam no Esparta, Internacional e no Rui Barbosa, tinham excelentes atletas e um nível fantástico. Os torneios eram divididos por faixa, não por peso, era bem mais difícil, lembrando-se de um judoca: o Nilton Santos, que era muito bom de quadril, não importava muito o tamanho e o peso do adversário. Formou muitos professores e alguns nomes de peso do judô gaúcho passaram pelos tatames junto com o sensei Osvaldo, assim como assistentes ou alunos da faixa branca, como o professor Marcelo Xavier desde a faixa branca, professor Breno Jones que trabalhou junto na FGJ, entre tantos outros que encheriam essas páginas.
Conquistas com atletas formados por ele estão Luís Henrique e o Emir ambos de Caxias do Sul, campeões pan-americanos, lá na Serra foi onde formou o maior número de alunos não lembra quantos são, mas afirma serem muitos. Como competidor não teve uma relevância muito grande e projeção, mas na arte de professor é mestre. Forjado nos tatames mais nipônicos da época no Brasil, em São Paulo, adquiriu rapidamente as graduações, por aprender junto a japoneses natos, oriundos da grande imigração ocorrida para São Paulo.
Quando atuou em Caxias do Sul pela primeira vez, em 1974, (onde fundou o judô na cidade), formou muitos atletas. Quem mostrou empenho nesta época foi o sensei Fernando Kuse, que hoje é Kodansha, mas lembra que muitos outros nomes também passaram por suas mãos, como: sensei Luís Alberto Moraes, Cid Rodrigues Júnior, Almerindo Batista, Sérgio Zimmermann, Cleto Mendes, Breno Jones, Antônio Irigaray, Luiz Escandiel (Tatu), Antônio Carlos (Kiko) e Carlos Matias.
Em 1987, o sensei Osvaldo foi emprestado pelo Grêmio ao Recreio da Juventude. Foi campeão Brasileiro pelo clube, em 1990 foi para Caxias, trabalhar no Recreio da Juventude que lhe fez uma proposta irrecusável, lá conquistou suas maiores glórias, foi lá também que recebeu o nono grau. Tinha uma equipe forte, e respaldo do clube. Lembra que em uma determinada época, seus alunos iniciavam os treinamentos às cinco horas da manhã, eram turnos integrais, depois da escola os alunos voltavam para praticar o randori, esse treinamento era realizado somente para os competidores. Hoje, o sensei Osvaldo vem a Porto Alegre uma vez por mês, para a reunião de pauta com os Kodanshas do Rio Grande do Sul.
Bacana a homenagem, parabéns pela iniciativa! Sensei Oswaldo foi uma das pessoas importantes na minha carreira no Judô. Apenas aproveito para fazer uma correção, eu e meu irmão Luís Henrique somos de Porto Alegre e não de Caxias, com alma Missioneira de São Luiz Gonzaga, é claro. Grande abraço! Emir Vilalba
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