“Falta de disciplina hoje no judô.”
Os cinco macacos
Autor desconhecido
Um grupo de cientistas colocou cinco macacos em uma jaula. No meio da jaula, uma escada, e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia na escada para pegar as bananas, um jato de água fria era acionado em cima dos que estavam no chão.
Depois de um certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros pegavam-no e enchiam-no de pancada. Com mais algum tempo, mais nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas.
Então, os cientistas substituíram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo já não mais subia a escada.
Um segundo macaco, veterano, foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato. Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu. Um quarto e, afinal, o último dos veteranos, foram substituídos.
Os cientistas, então, ficaram com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas. Se possível fosse perguntar a algum deles por que batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
"Não sei... Mas as coisas sempre foram assim por aqui..."
Refletindo sobre o texto acima chego à seguinte conclusão:
O Judô criado pelo professor Jigoro Kano, para ser um método eficiente de educação física, e contribuir para a formação do povo Japonês e mundial.
Sempre pregou por princípios rígidos e bem definidos, tais como:
Disciplina, Respeito, Humildade.
Disciplina tem a mesma etimologia da palavra "discípulo", que significa "aquele que segue". Também é um dos nomes que se pode dar a qualquer área de conhecimento estudada e ministrada em um ambiente escolar ou acadêmico. Geralmente diz respeito a uma Ciência ou Técnica, ou subderivados destas. Aqueles que seguem uma disciplina podem assim ser chamados de discípulos (wikipédia).
Respeito. O respeito juntamente denota um sentimento positivo de estima por uma pessoa ou para uma entidade (como uma nação, uma religião, etc.) e também ações especificas e condutas representativas daquela estima. Respeito também pode ser um sentimento especifico de consideração pelas qualidades reais do respeitado (Ex: Eu respeito o julgamento dela). Pode também ser conduzido de acordo com uma moral específica de respeito. Ser rude é considerado uma falta de respeito (desrespeito) enquanto que ações que honram a alguém ou a alguma coisa são consideradas respeito. Morais especificas de respeito são de importância fundamental para muitas culturas. Respeito por tradições e autoridades legitimas são identificadas por Jonathan Haidt como um dos cinco valores morais fundamentais compartilhados para um maior ou menor por sociedades diferentes e indivíduos diferentes. Respeito não deve ser confundido com tolerância porque tolerância não diz necessariamente nenhum sentimento positivo, e não é compatível com desprezo, o contrário de respeito A palavra respeito vem do latim respicere que significa olhar para trás. Isso evoca a idéia de julgar alguma coisa em relação ao que foi feito quando é valoroso ser reconhecido. Além, a noção de respeito implica que pode ser aplicado para uma pessoa que fez algo certo, mas também para qualquer coisa afirmada no passado como uma promessa, a lei, etc. Isto também é porque na maioria dos idiomas, é dito que o respeito deve ser merecido (wikipédia).
Humildade vem do Latim humus que significa "filhos da terra". Refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa modéstia, cordialidade, respeito, simplicidade, honestidade e passividade. A humildade dos que vivem na pobreza, pode ser vista, pelos ricos, como uma fraqueza ou maneira de promover reverência e submissão das classes populares.
Diz-se que a humildade é uma virtude de quem é humilde; quem se vangloria mostra simplesmente que humildade lhe falta. É nessa posição que talvez se situe a humilde confissão de Albert Einstein quando reconhece que “por detrás da matéria há algo de inexplicável”.
Por humilde também se pode entender a personalidade que assume seus deveres, obrigações, erros e culpas sem resistência. Assim, se pode dizer que a pessoa ou indivíduo "assume humildemente".
Pois bem se disciplina vem de discípulo (aquele que segue), e um atleta se mostra indisciplinado em dado momento, esta falta de disciplina pode ser atribuída a seus mestres, pais e professores, é lógico que culpar um professor pela indisciplina de um aluno iniciante seria injusto, mas quando esta falta de disciplina ocorre com alunos que já praticam o judô há anos e tem um graduação alta e uma idade que permite a compreensão e seus atos, creio que assim podemos o fazer. Acredito que se olharmos o grupo de determinada escola de judô poderemos ver o perfil de seu mestre. Se eu nutro um sentimento de estima por alguém (Respeito) e tento de certa forma reproduzir suas atitudes e exemplos deste “alguém” é lógico também que estou representando o grupo no qual estou inserido. Se ser humilde é não projetar-se sobre alguém é nítido para mim que, que uma pessoa que tenha o mínimo desta virtude, jamais xingaria um arbitro ou um superior seu para tentar prevalecer sua vontade, muito pelo contrario prestaria a atenção no que lhe é dito para ver se pode evoluir como pessoa.
Entendo que hoje em dia o judô bem como nossa sociedade estão passando por uma transformação muito ruim e que se não seguirmos os conceitos que a nos foram transmitidos lá no passado, nosso “DO” caminho será a vala comum, onde reinam a falta de disciplina, respeito e humildade.
Lendo a fábula acima onde os macacos reproduzem aquilo que passaram sem ao menos saberem o porquê, percebo que os tais alunos estão cometendo os mesmos erros de seus professores e nem conseguem se dar conta disso.
Penso que nós, professores educadores da área do judô, temos a responsabilidade de não só ensinar para a competição, mas sim para uma vida no sentido mais amplo da palavra, e isso será fácil se seguirmos os preceitos do nosso primeiro professor (Jigoro Kano).
Cid Júnior, Kodansha – 6° dan
Prof Cid,
ResponderExcluirNosso judô foi particionado e cada parte começou a ter "vida própria".
O judô como um todo, aquele que se quer levar para a vida, aquele se crê ser realmente a via, o caminho, está claudicante porque o seu braço esportivo está forte demais. Não sou contra o fortalecimento do braço esportivo, nem de longe isso, mas nossas outras virtudes, nossas outras características, que sempre nos diferenciaram estão cada vez mais abandonadas. Poderíamos dizer que isto está ocorrendo em todas as áreas, mas não é cabível que em nosso meio isso possa acontecer sem que haja uma reação contrária e forte.
No meu entender, o respeito necessário a nossa prática está diretamente vinculado a disciplina e a maneira como esta disciplina é imposta.
Vejo com pesar colegas professores "abandonarem" muitas vezes suas posições, ou pior, nem fazerem questão de punir um faltoso em seu dojo com medo de perder mais um aluno e, em última análise, mais um pagante. Quando isso acontece, não se perde apenas aquele aluno, se perde a todos.
Sugiro, como uma pequena contribuição de nidan, que os kodanshas se reunam e NÃO APENAS comentem ou reflitam sobre o ocorrido, mas que todos se reúnam e definam, digamos, um novo código de conduta, que tenha a norma e a punição referente a violação da norma. Punição esta para o aluno e advertência para seu professor, com reflexos em tempo para promoção ou algo desse gênero.
Sei que é difícil. Sei que precisa do apoio de todos os kodanshas. Sei que precisa do aval da federação. Mas, creia-me, se não for tomada nenhuma atitude que contrarie essa tendência, podemos esperar que o caos que hoje impera lá fora permeará nosso meio e corroerá as bases de nossa "via".
Sinceramente,
Um grande abraço
Paulo Cardoso - nidan, pai e prof de Educação Física