20 de setembro de 2007

CBJ admite possibilidade de Canto subir de categoria

Passada a euforia pelo vice-campeonato geral no Mundial de Judô, encerrado neste domingo no Rio de Janeiro, a Confederação Brasielira de Judô (CBJ) tem um problema e tanto para resolver. Campeão mundial entre os meio-médios (até 81kg), Tiago Camilo deve disputar uma vaga nas Olimpíadas com Flávio Canto, medalhista de bronze na categoria em Atenas-2004.

O supervisor técnico das seleções brasielira, Ney Wilson admitiu que Canto pode virar médio (até 90kg) para a disputa. De acordo com o dirigente, este é um fato que será colocado em pauta pela comissão técnica da equipe nacional nas próximas semanas.

“O Canto subir de categoria é uma possibilidade que vai ser analisada. Não podemos ser inflexíveis. Na ocasião do Pan, achamos que o Camilo é quem tinha que subir e deu certo. Poucas vezes a comissão técnica errou em suas decisões, mas realmente ainda estamos vendo esta hipótese”, comentou o dirigente. Procurado pela reportagem para falar sobre o assunto, o Canto não foi encontrado.

Ney Wilson, inclusive, admitiu que Camilo já sai com uma certa vantagem para a disputa da seletiva olímpica. Desde 2006, o critério de escolha dos representantes do Brasil deixou de contemplar apenas combates diretos e passou a levar em conta o desempenho dos candidatos em competições internacionais.

“O fato de ele ter sido campeão mundial e pan-americano em 2007 já dá um excelente handicap (termo do golfe que indica uma espécie de histórico de cada jogador) a ele. Até pela parte psicológica, isso é importante”, destacou Ney Wilson, que não poupou elogios ao paulista de Bastos. “O resultado dele até que não nos surpreendeu, mas sim a forma como ele ganhou, com sete ippons e mostrando uma grande variedade de golpes. Isso nos entusiasmou”, completou.

O supervisor ainda avaliou o desempenho do médio Carlos Honorato, prata em Sydney-2000, mas que no Mundial carioca perdeu na estréia para um adversário da Irã, país sem tradição na modalidade. “Ele caiu em uma chave muito difícil, mas não rendeu o que poderia e sabe disso”, destacou, lembrando ainda que o carioca Hugo Pessanha está em fase final de uma grave lesão no joelho, que o tirou da temporada 2007.

Metas (muito) superadas - Ainda sem definir o planejamento da equipe nacional para as Olimpíadas de Pequim (“Passado o Mundial, que era a nossa principal meta, estamos em um momento de relaxamento”), Ney Wilson confessou que não esperava um resultado tão bom no Rio de Janeiro. “No masculino, a gente queria três medalhas na competição, sendo uma de ouro. Ganhamos quatro, com três títulos. Foi uma grata surpresa, até porque brigar pelo pódio é uma coisa e ganhar o ouro é outra”, destacou o supervisor.

Mesmo com a conquista de apenas uma vaga olímpica em sete possibilidades, o judô feminino brasileiro também não mereceu críticas da parte de Ney Wilson. “Não poderíamos pegar o excelente resultado do Pan (medalhas em todas as categorias) e sonhar com um grande Mundial. É claro que a gente tinha cartucho para ganhar uma medalha, mas a nossa meta era avaliar a homogeneidade da equipe e nisso houve um avanço. Se formos lembrar, no último Mundial, a maioria delas perdeu na primeira rodada, o que não houve agora”, apontou.
Gazeta Press

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