Marta Teixeira - São Paulo (SP)
Se a equipe masculina de judô do Brasil tem como objetivo para os Jogos Olímpicos de Pequim voltar com quatro medalhas, as judocas nacionais ainda perseguem o sonho de quebrar o tabu e conquistar a primeira medalha olímpica da categoria. “Continuo acreditando na equipe”, diz a técnica Rosicléia Campos.
A meta de desempenho não é o único desafio do grupo, que ainda precisa colocar a categoria pesado entre as classificadas para Pequim. Atualmente, o Brasil asseguraria seis vagas pelo ranking pan-americano da modalidade. O país lidera a lista nas categorias meio-pesado e leve e ocupa a segunda colocação nas demais. A exceção é o pesado, no qual competem as brasileiras Priscila Marques e Aline Puglia.
”As meninas têm de pensar em ranquear, não se machucar e treinar para as Olimpíadas”, desabafa a treinadora, que tem conjugado a preocupação com a preparação do grupo aos cálculos matemáticos. ”Precisamos fazer todos os cálculos possíveis para ver se há chances de alguém nos passar. Tudo é questão de contar mesmo”, diz a treinadora, admitindo que tranqüilidade é palavra inexistente em seu vocabulário quando o assunto é a briga pela vaga olímpica. “Não estou nem um pouco tranqüila porque nosso objetivo é levar as sete categorias”.
O ciclo olímpico da seleção começou já com a preparação para o Pan-americano. “Queríamos sete pódios no Pan e algumas entre as cinco (melhores) do Mundial. Chegamos perto no Mundial (com Érika Miranda na quinta posição), mas poderia ter sido muito melhor. Detectamos algumas falhas, mas ainda dá tempo para corrigir”, avalia a treinadora.
Entre as correções previstas está um estudo mais detalhado das adversárias, providência que tem sido posta em prática desde o Mundial. “Precisávamos de material para trabalhar mais taticamente. Ganhamos novos equipamentos (de filmagem) para isto e o trabalho de tática de luta, que elas já faziam conosco. Não temos muito tempo, mas vai ser o suficiente”.
Na Europa, a equipe nacional disputará quatro torneios entre fevereiro e março, divididos entre dois grupos. O primeiro, formado por Sarah Menezes (-48kg), Érika Miranda (-52kg), Ketleyn Quadros (-57kg), Vânia Ishii (-63kg), Maria Portela (-70kg), Claudirene Cezar (-78kg) e Aline (+78kg), disputará a Super Copa do Mundo de Paris e a Copa do Mundo de Budapeste. O segundo, composto por Daniela Polzin (-48kg), Andressa Fernandes (-52kg), Érika, Danielle Zangrando (-57kg), Danielli Yuri (-63kg), Mayra Aguiar (-70kg), Edinanci Silva (-78kg) e Priscila Marques (+78kg), participará da Super Copa do Mundo de Hamburgo e da Copa do Mundo de Varsóvia.
A comissão quer usar a turnê para fazer uma panorâmica do que pode esperar do grupo nesta temporada. “As meninas estão voltando agora, enquanto os europeus já estão no auge da preparação deles. Se as atletas forem bem por lá, vão endossar o que eu penso do grupo. Não falo em medalhas na Europa, mas em fazer boas lutas porque é impressionante o que elas crescem nesta fase entre treinamento e competição”.
A titular da equipe será anunciada em março e, em abril, a seleção participa do Campeonato Pan-americano, em Miami, nos Estados Unidos, para definir sua situação no ranking. “Neste 20 dias (de lutas na Europa), elas vão ter de tirar o máximo proveito porque isso vai decidir suas vidas”.
FONTE: Gazeta Esportiva - São Paulo
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