16 de janeiro de 2008

"Êxodo" no Judô do Piauí já preocupa técnicos e dirigentes

Problema pode fragilizar o esporte internamente já nas competições do ano de 2008.
Bom individualmente, péssimo para o coletivo. A ida dos judocas Dyego Brito (até 60kg) e Benito Mussolini Neto (até 66kg) para Salvador/BA e a provável saída de Reigiane Silva (até 52kg) para o Esporte Clube Pinheiros/SP deixaram o Judô do Piauí em estado de alerta. Se por um lado todos ficam felizes porque os atletas terão finalmente patrocínio fixo e apoio para as competições, do outro o Piauí perde suas referências para a formação de novos atletas, e pode ver cair seu desempenho nos campeonatos brasileiros.
"No momento em que estamos tentando trazer um Brasileiro Sênior para Teresina, perder o Benito, o Dyego e a Reigiane, isso é muito ruim", avalia Expedito Falcão, técnico dos dois últimos relacionados. Ele lembra que, quando mudam de Estado, os judocas alteram sua filiação na Confederação Brasileira de Judô - CBJ. Quem estiver na Bahia, vai competir pela Bahia. A agravante para o desempenho do Piauí nas competições é o fato dos três judocas integrarem a seleção piauiense.
"Aqui no Piauí, tecnicamente você encontra condições. Já financeiramente... O Dyego é um cara que precisa mesmo, não tem um poder aquisitivo grande. Vai ganhar faculdade de graça, ajuda de custo, alimentação e hospedagem. Isso, não só para ele como para os outros, é importantíssimo. Agora os resultados deles foram feitos todos aqui, isso é um mérito nosso também", lembra Expedito Falcão, temendo que o sucesso do judô piauiense se restrinja à formação de atletas.
O presidente da Federação Piauiense de Judô - FPIJ, Danys Queiroz, já esperava não conseguir segurar os talentos formados no Estado quando adultos. "Isso é fruto da falta de estrutura do Piauí e todo atleta, de qualquer modalidade, que se destacar, vai embora. Aqui o atleta treina, treina, treina e não sabe se vai viajar para competir. Aí recebe uma proposta de um clube que te dá tudo. Por que ele não vai?", declarou o dirigente.
Para o presidente, a culpa não é exclusiva do poder público. "O poder público não dá incentivo fiscal. Os clubes estão falidos e não são incentivados a fazer isso. Além disso, as universidades ainda não vêem o esporte como um investimento", completou Danys Queiroz.
Fonte CidadeVerde - Fabio Lima fabiolima@cidadeverde.com

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