15 de março de 2008

Dúvida final, 'Zóio' lutará em Pequim

Judoca que se confundiu com placar em Sydney-2000 diz no anúncio da seleção olímpica esperar redenção na China

Confederação tem como meta quebrar o recorde de três pódios obtidos em Los Angeles-84 e voltar com quatro medalhas olímpicas

A última dúvida do time olímpico de judô que competirá na China foi desvendada ontem. O peso-ligeiro Denílson Lourenço, 30, que obtivera resultados idênticos ao de seu rival nacional nas competições seletivas, foi confirmado como titular nos Jogos de Pequim.

Além de seu nome, foram anunciados ontem os demais atletas que competirão na China -sem surpresas, todos os que venceram mais combates que os concorrentes nas seletivas também foram convocados.

Denílson encara sua última Olimpíada como uma volta por cima. Dupla. Quer enterrar o pífio desempenho que teve em Sydney e se redimir por ter sido cortado do Mundial do ano passado por apresentar-se acima do limite de peso da categoria (60 kg), quando foi convocado de última hora para substituir o titular lesionado.

"Em Sydney, tive aquele problema estranho. Usava óculos e não via o placar. Sempre guardei a pontuação das lutas na cabeça, mas lá me confundi. Achei que estava à frente, mas estava atrás no placar. Perdi a estréia e não voltei", lembrou o judoca, que ganhou o apelido de "Zóio" após o episódio.

Depois ele passou por cirurgia para corrigir os 2 de miopia e 2,5 de astigmatismo. Teve uma chance na antevéspera do Mundial do Rio, quando Alexandre Lee se machucou, mas foi cortado. "Não foi nada agradável ficar fora por problema de peso. De fato, eu não estava preparado para assumir a vaga daquele jeito. Tive que treinar muito, com dedicação, para conseguir voltar à seleção."

Segundo avaliação da comissão técnica, Denílson é apenas um dos 13 judocas do país com chance de medalha na China -a peso-pesado Priscila Marques é a única que está em situação complicada no ranqueamento continental e precisa ser campeã pan-americana em maio para ir a Pequim.

"Temos uma equipe qualificada por seus próprios resultados. Não é falar "eu acho". Sabemos que há reais chances de medalhas. A meta é superar em quantidade Los Angeles, quando foram uma prata e dois bronzes", disse o coordenador da seleção, Ney Wilson.

Além de Denílson, integram o time titular João Derly, Leandro Guilheiro, Tiago Camilo, Eduardo Santos, Luciano Corrêa e João Gabriel Schlittler; Sarah Menezes, Érika Miranda, Ketleyn Quadros, Danielli Yuri, Mayra Aguiar, Edinanci Silva e Priscila Marques.

Luís Ferrari Folha de São Paulo

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