14 de março de 2008

Zangrando reclama de critérios para escolha dos judocas

Fora dos Jogos de Pequim, judoca paulista diz que CBJ errou nas seletivas

Fora dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 depois de apresentar resultados piores que a novata Ketleyn Quadros na seletiva brasileira, a peso leve Danielle Zangrando reclamou dos critérios estabelecidos pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) para determinar os donos das vagas.

Responsável por somar os pontos no ranking continental que darão a classificação ao Brasil em sua categoria (a vaga será confirmada em maio), Zangrando alega que o pouco tempo de disputas a prejudicou, visto que sofreu com dores no quadril e nas costas e não pôde lutar com sua força máxima.

– Por conta disso, eu tinha a esperança de que eles me dessem mais uma chance em uma competição que vou lutar em maio, mas não quiseram. Então não posso fazer nada. Nada do que eu fiz antes da seletiva foi levado em consideração. Estou chateada – lamentou a judoca paulista, bronze no Mundial de 1995 e que já disputou os Jogos de Atlanta 1996 e Atenas 2004.

De acordo com o judoca, o formato da seletiva não foi o mais justo, visto que cada atleta só pôde disputar duas competições na Europa – as seletivas para os Jogos Pan-Americanos de 2007 foram realizada em quatro competições ao longo de quatro meses.

– Quando a gente estava na Alemanha, o próprio Ney Wilson (coordenador-técnico da CBJ) admitiu na frente de toda a seleção feminina que errou no critério da seletiva e que os homens tiveram uma competição de avaliação a mais (Aberto de Nova York, em março). Então, a partir do momento que assume isso, poderia ter sido mais sensato e ter me dado mais uma chance – reclamou.

CBJ defende critérios adotados

O coordenador-técnico Ney Wilson, no entanto, defendeu os critérios da seleção e disse que os escolhidos foram os melhores.

– Essa reunião realmente aconteceu, mas na ocasião eu disse a ela que tinha meus pares nessa decisão, que são os técnicos da seleção. Depois de discutir com eles, quando voltamos ao Brasil, vimos que criar excepcionalidades na seletiva faria com que a CBJ perdesse credibilidade. Criar exceções é uma coisa muito perigosa. Além disto, os resultados da Europa mostraram claramente quem era melhor no momento – destacou o treinador.

O dirigente também ressaltou que Danielle partiu para a excrusão da seleção brasileira na Europa em boas condições físicas.

– Antes de sair do Brasil, ela foi liberada pelo médico e chegou na Europa sem reclamar de dores, o que só aconteceu entre as duas competições que ela disputou. Mas, infelizmente, isso é conseqüência da competição e era um critério que valia para todos.

Na apresentação dos convocados para Pequim, nesta sexta, a CBJ deixou claro que o Aberto de Nova York não foi considerado para a definição da seleção masculina, tanto que Hugo Pessanha, campeão da disputa norte-americana, perdeu a vaga para Eduardo Santos no meio-pesado, uma categoria onde ambos apresentaram resultados semelhantes na seletiva.

GAZETA PRESS

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